O que é ser um estudante? Segundo o Dicionário Aurélio, é uma pessoa que frequenta qualquer estabelecimento de ensino. Sem querer criticar o trabalho do brilhante dicionarista alagoano, entendemos que tal definição parece incompleta para definir a multiplicidade de discentes que estão espalhados pelas escolas, universidades e cursos técnicos no Brasil. Além disso, o estudante é um indivíduo que busca, consome e produz conhecimento, contribuindo de forma significativa para a transformação de uma sociedade.
Por isso, no dia 11 de agosto, data dedicada ao estudante, nós profissionais da Educação voltamos nossa atenção para os desafios do estudante na atualidade e, mais uma vez, para os problemas que cercam o processo de ensino-aprendizagem.
Neste sentindo, devemos enaltecer a figura do discente em todas as fases do seu desenvolvimento, que vão da educação infantil ao ensino superior. Somos testemunhas dos momentos mais significativos na vida de um estudante, como também somos responsáveis por proporcionar e estimular a curiosidade e o desejo inconsciente de aprender.
Com suporte e acompanhamento, vemos a transição das fases, passando da educação infantil ao ensino fundamental. Este momento é recebido com muita agitação, dúvidas e incertezas. Notamos que o estudante vai tomando consciência das dificuldades, vai amadurecendo e, com isso, transpondo os obstáculos que surgem pela frente e que marcam a transição da fase pueril à adolescência.
Nesse processo que marca a transição, vem o ensino médio, que tira o adolescente da zona de conforto e o condiciona para as contradições da vida. Estando mais consciente, o estudante sabe que é preciso lutar e superar as dificuldades do mundo e as complexidades precedentes ao início da fase adulta, pois é chegada a hora de concluir um ciclo e pôr à prova todo o conhecimento adquirido, desde o instante da vida escolar à acadêmica.
O mundo acadêmico é o resultado de tudo que o discente vivenciou e aprendeu, assim, ele passa a ser autor, tem papel ativo e fundamental na sociedade, isto é, propondo mudanças e buscando conhecimento para transformar o mundo que o rodeia. Nesta fase, ele irá sentir que tudo que foi construído requer de sua parte um compromisso e uma aceitação que ninguém pode assumir em seu lugar.
Por isso, notamos que ser estudante não é apenas ir à escola, sentar em uma carteira e ouvir o professor. Esses podem ser chamados de “matriculados”, estão ali por imposição de alguém (pais e responsáveis) e querem apenas cumprir o horário. Ser estudante de verdade é sonhar, é ter ousadia, é buscar conhecimento além do que está proposto no material didático e, obviamente, aplicar no dia a dia, na vida real, aquilo o que aprende na escola ou universidade.
A vida de estudante, portanto, não é fácil. Fácil mesmo é a vida daqueles que são apenas matriculados e descompromissados. A estes, sim, cai bem o dito popular: “você só estuda”. Aos outros – que veem no estudo a principal ferramenta de transformação individual e social – o nosso reconhecimento de que “só estudar” realmente não é fácil, mas é empolgante e apaixonante.
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