As famílias em situação de vulnerabilidade social beneficiárias do Programa do Leite já começam a sentir os impactos da redução de recursos investidos na iniciativa. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri), a redução geral foi de 50%, com isso, menos leite está sendo comprado aos agricultores e, na outra ponta da cadeia produtiva, menos leite está sendo distribuído às famílias.
No município de Monteirópolis, Sertão do estado, os beneficiários perceberam uma redução de pelo menos dois terços. Quando foram até o posto do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), nesta sexta-feira (15), onde deveriam receber três litros de leite – para sexta, sábado e domingo – receberam apenas um.
A próxima distribuição deverá ocorrer na segunda-feira (18). No município, cerca de 250 famílias são beneficiárias do programa. “Sempre que tem alguma mudança dessa ou quando a quantidade diminui, é uma confusão lá no local da entrega do leite. O povo diz logo que a culpa é da pessoa que faz a entrega do leite”, revelou uma das beneficiárias, que não quis se identificar. Em todos os 102 municípios, a iniciativa beneficia 80 mil famílias. Ainda conforme a Seagri, não haverá exclusão de famílias que já são beneficiárias do programa, apenas redução na quantidade de leite entregue para cada uma delas.
Por outro lado, a falta de recursos também afeta os agricultores familiares, que fornecem leite ao programa, bem como os laticínios, que fazem o beneficiamento e a distribuição do produto em cada município.
Para debater a situação do Programa do Leite e tentar unir forças para cobrar do governo federal o repasse de R$ 9 milhões, que deveriam ter sido repassados em fevereiro, a Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) realizou um encontro em sua sede, em Maceió, no último dia 4.
Deputados, lideranças do setor rural e produtores saíram da reunião dispostos a marcar um encontro em Brasília com a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campelo, responsável pelo convênio entre o governo federal e o governo do Estado para manutenção do programa. Porém, algumas fontes revelaram à reportagem do Correio Notícia que a reunião não teve, ainda, os efeitos práticos esperados.
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