A cidade de Arapiraca, no Agreste de Alagoas, alcançou um marco histórico na segurança pública: completou neste domingo (27) 21 dias consecutivos sem registros de homicídios — algo inédito para o segundo município mais populoso do estado, com cerca de 243 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
O feito é resultado de uma operação estratégica planejada e executada pelo Comando de Policiamento da Região Agreste (CPRA), sob o comando do coronel Nilton Rocha e do tenente-coronel Winston Santana, com base em uma determinação do comandante-geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Paulo Amorim.
De acordo com o CPRA, a ação consistiu em reorganizar o policiamento ostensivo, focando nos horários e locais mais críticos da cidade. A medida contou com o apoio direto do comandante do 3º Batalhão da PM e de seus oficiais, que abraçaram o projeto desde o início da missão.
O impacto foi imediato: em abril de 2025, Arapiraca registrou uma redução de 66% nos homicídios em relação ao mesmo mês do ano anterior. O número reforça o sucesso da estratégia, que envolveu não apenas presença ostensiva, mas também monitoramento rigoroso da atuação da tropa e critérios técnicos no planejamento.
“A gente percebeu que as viaturas estão mais presentes nos bairros. Isso traz uma tranquilidade que há muito tempo não víamos”, contou a dona de casa Maria de Lourdes, moradora do bairro Primavera.
“Antes, a gente tinha medo de sair de casa à noite. Agora a sensação de segurança é outra. Parece até outra cidade”, disse João Batista, comerciante no bairro Cacimbas.
O tenente-coronel Winston Santana afirmou que a confiança do coronel Paulo Amorim e do coronel Nilton Rocha foi decisiva para a implementação do novo modelo. “Porém, nada disso seria possível sem uma tropa fiel e abnegada, e isso o 3º BPM tem de sobra, além de um corpo de oficiais comprometido com a missão desde o primeiro dia”, destacou.
“O mesmo sistema que estou executando aqui é o que foi feito no meu tempo em Delmiro Gouveia, lógico, a fiscalização em cima é tudo. Tem noite que vou dormir mais de duas horas da manhã, olhando e coordenando as ações com os supervisores que me passam tudo”, acrescentou Winston Santana.
Comparativo com outras cidades
Enquanto Arapiraca encerrou abril com uma expressiva redução, Maceió e Palmeira dos Índios, por exemplo, ainda enfrentam desafios. A capital registrou 28 homicídios em abril, e Palmeira dos Índios teve 6 — segundo dados parciais da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL).
Essa disparidade chama atenção para a eficiência do modelo adotado em Arapiraca, que agora começa a ser estudado por outros comandos regionais da PMAL.
Evolução dos homicídios em Arapiraca (dados oficiais SSP/AL)
Anos | Homicídios registrados |
---|---|
2019 | 117 |
2020 | 105 |
2021 | 97 |
2022 | 88 |
2023 | 92 |
2024 | 80 |
Abril 2024 | 15 |
Abril 2025 | 5 |
Policiamento orientado por dados
O modelo adotado pelo CPRA em Arapiraca se baseia na análise de manchas criminais e em um mapeamento dos horários e bairros mais afetados por crimes violentos. A operação intensificou rondas noturnas e ações integradas com a inteligência da Polícia Civil e da SSP.
“Fomos fator principal para a vitória do Estado neste mês na segurança pública, acredito eu. O Agreste foi gigantesco em suas ações”, disse o tenente-coronel Winston Santana.
Utilize o formulário abaixo para comentar.