Uma mulher de 51 anos de idade foi parar na Delegacia Regional de Polícia (1ª-DRP), sediada em Delmiro Gouveia, suspeita de aplicar o golpe do falso emprego em pelo menos cinco pessoas do município.
A Polícia Civil informou para a reportagem do Correio Notícia que a senhora identificada como Ivone Oliveira da Cunha é da cidade de Iúna, no Espírito Santo, mas encontra-se em Delmiro há cerca de três meses, onde conseguiu hospedagem na residência de uma família que conheceu quando chegou de viagem.
"Para conseguir abrigo por parte daquela família, ela disse que era milionária e que iria recompesar a todos pela hospedagem", relatou um agente policial civil, que preferiu não ter o nome divulgado.
Instalada na cidade, conforme a investigação, Ivone passou a enganar as pessoas, dizendo que era milionária, que possuía avião, helicóptero, pousada, carros, cerca de dois mil gados, vários cavalos e caminhões. Além disso, ela se disse dona de uma fazenda de café localizada em Iúna.
Foi se passando por empresaria do setor cafeeiro que a suspeita ofereceu emprego a pelo menos cinco trabalhadores, que tiveram os nomes preservados. "Acreditando que eram para providenciar a viagem de avião deles para o trabalho na suposta fazenda de café, as vítimas entregaram todos os documentos pessoais para a suspeita”, informou o agente policial já citado no início da reportagem.
Ainda de acordo com o relato do refrido policial, Ivone chegou a dizer para os trabalhadores que todos estavam com a carteira registrada e que iriam receber o primeiro salário já no fim do mês de janeiro deste ano, inclusive pediu o número das contas bancárias de cada um.
A farsa da suspeita foi desmascara depois que um dos trabalhadores desconfiou das promessas dela e decidiu procurar informações sobre ela na internet. Ele encontrou várias matérias jornalísticas relatando que Ivone já foi presa várias vezes por estelionato e que, inclusive, já tinha cumprido pena de cerca de nove anos e seis meses no presídio Nelson Hungria, em Contagem (MG).
Além disso, a pesquisa na internet apontou que a senhora tinha sido presa também na cidade que se disse moradora, Iúna (ES), em Morro do Chapéu (BA), São Gonçalo (RJ) e municípios do estado de São Paulo. Ciente de que a mulher se tratava na verdade de uma estelionatária, o trabalhador alertou aos outros que tinham sido enganados por ela e procuraram a 1-DRP para registrar o caso.
Intimada, Ivone devolveu na delegacia os documentos das vítimas, mas foi liberada pela polícia porque, apesar do relato dos trabalhadores, conforme a Polícia Civil, não foi constado flagrante. Com isso, a suspeita vai responder em liberdade a processo por crime de tentativa de estelionato.
O policial civil ouvido pela reportagem faz um alerta para que mais ninguém seja vítima. “A suspeita não porta documentos, por isso não temos certeza de que o nome dela seja realmente Ivone Oliveira da Cunha, inclusive a mesma já foi presa usando o nome de Ana Rosa Esteves Resende”, finalizou.
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