Uma decisão tomada na semana passada pelos vereadores de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, gerou polêmica dentro do próprio Poder Legislativo: os vereadores aprovaram, por maioria de votos, a redução do tempo de fala de 30 para 15 minutos durante o chamado “grande expediente”.
Dos 13 vereadores, apenas Cosme Guedes (PP), Janiclevis dos Anjos Bezerra, mais conhecido como Kel de Tijela (PRTB), e José Márcio de Oliveira, mais conhecido como Professor Márcio (PTB), foram contrários à redução.
O tempo total do “grande expediente” tem 90 minutos e é usado para que os vereadores façam indicações que são enviadas à Prefeitura, bem como defendam seus projetos, seus eleitores ou seus aliados.
Dessa forma, segundo explicou ao Correio Notícia o presidente da Câmara, vereador Felipe Cardoso (PSB), se apenas três vereadores usassem os 30 minutos aos quais cada um teria direito, o tempo seria esgotado e os demais vereadores que quisessem falar teriam que esperar a próxima sessão, na semana seguinte.
“Além disso, eles teriam apenas os 5 minutos de fala do chamado ‘pequeno expediente.’ Mas para fazer suas indicações, teriam que esperar pela sessão da semana seguinte. Por isso, a redução do tempo de 30 para 15 minutos vai democratizar, vai permitir que mais vereadores façam uso da palavra durante esses 90 minutos”, ressaltou Felipe Cardoso, que não foi o autor do projeto de resolução para diminuir o tempo de fala da edilidade. O autor foi o vereador Marcos Pereira Oliveira, mais conhecido como Marquinho X (PRP).
Já para o vereador Cosme Guedes (PP), que foi contra o projeto, o ideal seria aumentar o tempo de trabalho dos vereadores durante a sessão ou aumentar o número de sessões por semana. Ele afirmou que defende a realização de pelo menos duas sessões por semana ou uma sessão apenas, mas que dure o dia inteiro.
“Argumentei que teriam era que aumentar os dias de trabalho da Câmara, já que nosso salário de mais de 5 mil reais é muito suficiente para representarmos bem o povo taperense, e não diminuir o tempo de fala do vereador, que já é pouco”, frisou o vereador Cosme Guedes.
“Temos matérias suficientes para debater, já que estamos em uma região que tem muito o que se desenvolver para dar a qualidade de vida a nosso povo e legislar para o desenvolvimento, gerando dentro de nossas atribuições, os trabalhos necessários para avançar no crescimento da Tapera. Somos representantes de 34 mil habitantes, não é justo diminuir o tempo de trabalho, já que ganhamos tão bem”, acrescentou o vereador.
Por sua vez, o vereador Kel de Tijela disse ao Correio Notícia que, diante da resolução que propunha reduzir o tempo de fala pela metade, sugeriu que a redução fosse apenas de 5 ou de 10 minutos, mantendo o tempo de fala em 25 ou 20 minutos.
“Só tem sessão uma vez por semana, e nesse tempo de 30 minutos você tem como fazer suas colocações, falar sobre as visitas que foram feitas na semana. Já em 15 minutos não vai dar tempo a gente apresentar tudo que foi visitado durante a semana nem todas as reivindicações para melhorias para o povo”, argumentou Kel de Tijela.
“Não queremos prejudicar ninguém, nossa intenção é democratizar o tempo de 90 minutos para que mais vereadores possam usá-lo”, finalizou o presidente da Câmara, Felipe Cardoso.
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