Vieira, os três edis aliados dele e outras pessoas teriam invadido a sede do Poder Legislativo, que estava fechada no momento em que ele iria tomar posse do cargo de prefeito, devido ao afastamento de Celso Luiz, por determinação da Justiça.

Segundo Luciano Malta, a Câmara estava fechada porque não era dia de sessão e nem havia nenhuma extraordinária convocada. “Nossas sessões acontecem às terças-feiras. Eu, como presidente da Casa, não tinha convocado nenhuma sessão extraordinária. Invadiram a Câmara e deverão responder por isso”, disse o vereador, em entrevista ao Correio Notícia.

Ainda de acordo com o presidente da Câmara, a posse dada ao vice-prefeito não tem nenhuma validade, principalmente por não ter sido realizada com quórum suficiente. “Daremos a posse de maneira correta, com todos os vereadores presentes, o que não podia fazer sem uma intimação oficial da Justiça”, disse.

O procurador do município, Agnelo Baltazar, também disse que vai mover um processo contra Vieira por invasão à sede da Prefeitura Municipal. De acordo com o advogado, o prédio estava fechado, mas o vice-prefeito e outras pessoas pressionaram o vigilante e entraram.

Conforme o procurador, ainda na quarta-feira (3), foi solicitado à Justiça da Bahia providências quanto à violação da liberdade condicional a qual o vice-prefeito está, pela acusação de ter encomendado o assassinato da ex-companheira Josielma Alves, morta a tiros em abril de 2015, na cidade de Paulo Afonso (BA).

Vieira poderá ser preso pelo descumprimento da condicional, caso seja punido pela suposta invasão aos prédios dos poderes Executivo e Legislativo.

Procurado pela reportagem do Correio Notícia, o prefeito em exercício Vieira do Povão afirmou que a posse foi legal. Ele relatou que foi empossado em frente à Câmara por três vereadores. “Eu convidei todos eles, falei com todos, e convidei para a posse”, citou Vieira.

Ainda segundo ele, após a posse, ele foi até à prefeitura, que estava fechada, mas foi aberta pelo vigilante. “Na ausência ou no afastamento do prefeito, quem assume é o vice, e não tem outro vice, o vice sou eu”, acrescentou. Ele disse ainda que o presidente da Câmara não foi localizado nos últimos dias para receber o comunicado da Justiça sobre o afastamento do prefeito Celso Luiz.

“Eu estou à disposição da Justiça. Quando for decidido que o Celso volta, tudo bem, o prefeito é ele”, emendou Vieira do Povão, afirmando também que, como ainda está assumindo a gestão do município agora, não pode confirmar nem descartar que fará mudanças no secretariado.