Se hoje reconhecemos, escrevemos e entendemos as letras e seus significados, devemos tudo isso aos professores. Foram eles que, ao longo da vida, nos ensinaram a escrever e conhecer nosso nome, a ver e compreender o mundo, fazendo da sala de aula uma pequena sociedade, onde deveríamos respeitar as diferenças e as diversidades.
Enquanto professores, eles possuem múltiplas profissões que transpõem e se sobrepõem a esta. Por diversos momentos, eles são mágicos, fazendo ‘malabarismos’ com as mais inusitadas situações do dia a dia, seja na vida profissional ou pessoal.
Eles conseguem ser atores e atrizes, interpretando a vida como ela é, sentindo e transmitindo emoções e relatos da vida. São também médicos, quando recebem em sala de aula crianças adoentadas pela miséria, pela falta de tempo e afeto da família e, por fim, são psicólogos sem diploma, na dura arte da (in)compreensão dos pais.
No contato diário com pessoas, livros, conhecimento e saberes, os professores possuem a dedicação de um agricultor. Semeadores de sonhos, de afeto, de otimismo e de esperança. São pacientes e fortes, pois ainda que a sociedade não os reconheça, seguem lutando.
Embora seja uma das competências mais admiradas, os profissionais da área sofrem com os baixos salários, as precárias condições de trabalho e, em alguns casos, com o trabalho excessivo, além disso, lidam constantemente com a indisciplina dos alunos e a superlotação das salas. Essa realidade reflete no baixo interesse dos atuais estudantes em se tornarem professores, pois a minoria dos que prestam vestibulares desiste de seguir a carreira docente, por não se sentir motivada pela atual e precária condição do professor. Dessa forma, neste 15 de outubro, Dia do Professor, o que ele tem a comemorar?
Neste sentido, cito o poeta Braúlio Bessa, que nos diz: “Ah se um dia os governantes prestassem mais atenção nos verdadeiros heróis que constroem essa nação, ah se fizessem justiça, sem corpo mole ou preguiça lhe dando real valor. Ai eu daria um grande grito, que tenho fé e acredito na força do professor. Porém não sinta vergonha, não se sinta derrotado, se nosso país vai mal, você não é o culpado. Nas potências mundiais, são sempre heróis nacionais e por aqui sem valor. Mesmo triste e muito aflito, eu tenho fé e acredito na força do professor”.
Portanto, é preciso reconhecer e, para isso, se faz necessário uma revisão de valores pela sociedade, dando ao professor o prestígio de um jogador de futebol e o salário de um deputado.
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