Quando escreveu o seu livro de nome “Os meios de comunicação como extensões do homem”, na década de 1960, o escritor e filósofo canadense Marshall MaCluhan foi criticado por defender que o “meio” que levava a mensagem era tão relevante quanto o conteúdo da própria mensagem.
Na época, os meios de comunicação de massa eram o rádio, o cinema e a televisão, que começava a se expandir. Livros e outros materiais impressos também eram estudados, porém, o foco eram os equipamentos eletrônicos.
Há meio século, era praticamente impossível carregar consigo um aparelho de televisão ou de rádio. Não havia telas na palma da mão, muito menos internet. No entanto, apesar disso, MaCluhan já percebia a conexão das pessoas com os meios de comunicação eletrônicos – todos analógicos – e uma quase dependência deles.
Daí vieram a expressão e o nome do livro “Os meios de comunicação como extensões do homem”, ou seja, era quase como se esses meios fizessem parte do próprio corpo, devido à dependência e uso que as pessoas faziam deles.
Mas o que diria MaCluhan em 2021, diante dos smartphones com telas na palma da mão que permitem o acesso a qualquer tipo de informação, imagens, áudios, textos, etc.? Atualmente, muitas pessoas sentem-se incompletas caso se esqueçam de levar o smartphone ao saírem de casa. Não só pelas tarefas e atividades de trabalho que dependem do aparelho, mas pela relação física que os indivíduos criaram com eles.
Por isso, além de “extensões do homem”, podemos apontar que hoje esses aparelhos são “partes integrantes e quase essenciais” do homem, do corpo humano de modo geral. É como se cada pessoa fosse uma “mistura de ser humano com robô, com sistema operacional e peças eletrônicas”. Esses aparelhos possuem tanta relevância na vida cotidiana quanto as mãos, os dentes ou os próprios olhos.
Mas, há mais de 50 anos, MacLuhan cravou que os meios de comunicação “afetam profundamente a vida física e mental do homem, levando-o do mundo linear e mecânico da Primeira Revolução Industrial para o novo mundo audiotáctil e tribalizado da Era Eletrônica”.
Quais seriam as impressões dele atualmente, na chamada “Era da Informação” em que a sociedade está conectada e online?
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