Na última terça-feira (6), saíram os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mostram que o sistema educacional brasileiro está entre os piores do mundo. Entre os 70 países avaliados pelo Pisa, o Brasil é um dos que menos investe na educação.
Aqui, o custo por estudante, dos 6 aos 15 anos de idade, é de pouco mais de 38 dólares, muito distante de Cingapura, que investe mais de 130 dólares por aluno, país que apresentou o melhor resultado nos exames. Diante disso, fazemos a seguinte reflexão: caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que congela os gastos públicos por 20 anos seja aprovada, o que esperar das próximas gerações? Qual incentivo os profissionais da educação encontrarão para seguir trabalhando? E os alunos, será que vão querer seguir estudando?
Outro dado destacado pelo Pisa que ilustra os principais problemas do sistema educacional brasileiro é o da falta de professores. Segundo esses dados, na média dos países da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), existem 13 alunos para cada professor, enquanto no Brasil são 29 estudantes para cada professor.
Por este e outros motivos, a qualidade do ensino é uma das piores, pois os futuros profissionais não se sentem atraídos pela área da educação, tendo em vista a falta de incentivo, estrutura e valorização profissional.
Não por acaso, os dados do Pisa refletem os resultados que já aparecem nas avaliações nacionais, como o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que mostra que o Brasil não alcança as metas em rendimento escolar, ou seja, se não resolver os problemas atuais ou houver a valorização dos professores, o país não vai avançar.
Seguindo por outro caminho, países como o Vietnã, a China, a Alemanha, a Suíça, etc., buscam valorizar os docentes e tornam a carreira de educador atrativa, através de cursos de aperfeiçoamento, estrutura de trabalho e incentivo financeiro e, assim, obtêm excelentes índices no desenvolvimento da sociedade e consequentemente do país.
Enquanto o Brasil seguir na atual situação, não teremos bons resultados para os próximos três anos, período em que ocorre a avaliação do Pisa. Sabemos que o fator de sucesso do aluno e da sociedade é a qualidade do ensino e o incentivo ao professor em todas as áreas.
Por outro lado, a falta de incentivo aos professores da geração atual já compromete a geração futura. Uma pesquisa do Pisa 2015/OCDE mostra que a parcela dos alunos brasileiros com 15 anos de idade que declara interesse em seguir a carreira do magistério é zero.
Assim, tornar a educação prioridade é o caminho e a certeza de um país melhor, caso contrário, estaremos diante de uma grande preocupação e um enorme desafio: como melhorar a qualidade da educação se os jovens de hoje não querem ser professores?
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