Expectativa. Em São José da Tapera, no Sertão, todos aguardam o retorno das sessões da Câmara Municipal suspensas desde o último dia 12 de março.
Inicialmente a explicação da Mesa Diretora foram as medidas sanitárias devido a pandemia da Covid-19. O tempo passou e nem mesmo alguma sessão remota foi realizada, irritando a população que critica os vereadores por não trabalharem, mas terem direito aos salários e vantagens, entre elas veículos locados e cotas de combustíveis.
Durante a campanha eleitoral, o tema foi bastante exposto nas redes sociais pelos taperenses que indagavam aos edis o motivo deles receberem sem trabalhar. Mas, a resposta foi o silêncio.
Na manhã desta terça-feira (17) o prédio da Câmara passou por uma limpeza, acreditando-se que as últimas sessões desta legislatura retornem até a próxima semana.
Vale lembrar que no último trabalho legislativo dos vereadores, antes da pandemia, foi aprovado, sem ressalvas, por 10 dos 13 vereadores de Tapera, o parcelamento do reparcelamento da dívida do município com o Instituto da Previdência, Aposentadorias e Pensões (IAPREV).
Numa sessão tensa, que teve início por vota das 20h e se estendeu até próximo da meia noite, os vereadores surpreenderam a população aprovando o projeto do prefeito José Antônio Cavalcante, que previa que a dívida com o IAPREV, contraída por seu antecessor, o ex-prefeito Jarbas Ricardo (MDB), eleito no domingo (15), no valor de R$ 3 milhões, fosse paga em 200 meses. Porém, a maior surpresa veio com o passar do tempo. Nenhuma parcela da dívida foi paga pelo município.
Dados do portal da Secretaria de Políticas da Previdência Social mostram que o valor da dívida é de R$ 29.357.614,23, sendo que R$ 18.513.062,56 foram contraídos na última administração de Jarbas e R$ 10.844.551,67 é saldo da dívida do atual governo de José Antônio.
Nas eleições do domingo os eleitores, ainda inconformados com a aprovação do projeto, que poderá resultar num ‘apagão fiscal’ no município, parte da Câmara não se reelegeu. Dos 13 vereadores taperenses, dois foram candidatos a prefeitos - Cosme Guedes (PSDB) e José Márcio (PDT) - e somente sete foram reeleitos.
Mais um caso em especial chama a atenção e deve mudar a relação de eleitos e reeleitos. O vereador Felipe Cardoso (DEM) obteve 473 votos, mas por ter sua situação sub judice, conforme o processo Nº 0600135-43.2020.6.02.0051, que analisa a autenticidade de sua desincompatibilização na data estipulada por lei, terá que aguardar o julgamento de uma liminar da Justiça Eleitoral para confirmar sua vitória. No caso de conseguir a vitória na Justiça, Felipe será o 7º mais votado, alterando a relação de eleitos. Neste caso, corre risco a eleição do estreante Moacir de Pilões, coincidentemente do mesmo partido de Felipe, mas que obteve apenas 355 votos, sendo o último colocado.
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