Quando pensamos no futebol, logo imaginamos o dinheiro, o glamour e a fama que esse esporte proporciona. De fato, o resultado financeiro é quase sempre imediato para muitos atletas de talento, e costumamos lembrar que é uma das formas mais rápidas para se adquirir fortuna e prestígio.

Porém, para se tornar um profissional, existem inúmeros desafios, como, por exemplo, a falta de incentivo por meio de políticas públicas, a instabilidade financeira da família do atleta, o pouco tempo de carreira, o risco de lesões e até a falta de oportunidades nas peneiras feitas pelas escolas dos grandes clubes.

A realidade da profissão deve ser apresentada desde o início aos jovens, mas isso não significa que devemos desmotivá-los, pois não é porque seu filho ou filha treina futebol que ele ou ela será um profissional. É importante lembrar que, como em qualquer outra atividade, existem o sucesso e o fracasso, sendo, desta maneira, essencial que os pais e responsáveis estejam presentes para orientá-los e animá-los diante de uma possível derrota.

Com um futuro tão incerto, não devemos pensar no futebol apenas como uma profissão, mas lembrar de que o mesmo pode proporcionar diversos benefícios para o jovem atleta, como: o desenvolvimento da coordenação motora, o estímulo da circulação sanguínea, o melhoramento na flexibilidade, no reflexo, na agilidade, na concentração e, principalmente, na socialização, pois a criança aprende a respeitar o adversário através de pequenos gestos, como o aperto de mão e a troca da camisa.

Tendo tudo isso em mente, a prática do futebol deve ocorrer de maneira espontânea, não devemos projetar nossos sonhos no futuro de nossos filhos, uma vez que a sua projeção pode se tornar algo prejudicial, pois, havendo o fracasso ou a incerteza profissional, os jovens se sentirão desmotivados e não encontrarão novas opções profissionais. Neste sentido, é essencial que eles não deixem de estudar por causa do futebol, uma vez que a realidade dessa carreira esportiva nem sempre vem acompanhada de fama e fortuna.