Para entender a importância do ensino da língua espanhola nas escolas públicas e privadas, proponho a seguinte reflexão: somos um país da América Latina, fazemos parte do Mercado Comum do Sul, mais conhecido como Mercosul, além disso, o Brasil faz fronteira com Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia, Venezuela, Peru e Colômbia, países estes que têm o espanhol como idioma oficial.
Dentre as inúmeras línguas faladas no mundo, a língua espanhola destaca-se por ser a mais falada nas Américas e a terceira mais falada no mundo. No Brasil, sua ascensão nas escolas públicas e privadas passou a tornar-se obrigatória no ano de 2005. Neste período, foi sancionada a Lei 11.161, tendo por objetivo ofertar o ensino de espanhol em todos os estabelecimentos de Ensino Médio do país, estendendo também ao Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano a partir de 2010.
Nos últimos anos, inúmeras dificuldades foram pontuadas para que o espanhol viesse a se tornar obrigatório. O interesse constante e o crescimento mundial impulsionou e motivou a difusão do idioma, sendo hoje falado em mais de 21 países.
Pois bem, nesta última quinta-feira (22) de setembro de 2016, vimos o ensino de língua espanhola tornar-se optativo, através de uma Medida Provisória (MP) que torna apenas obrigatório o ensino da língua inglesa.
Deste modo, a difusão do idioma fica a critério das instituições de ensino e, mais uma vez, os profissionais e os alunos perdem em cultura e aprendizado, pois o ensino da língua espanhola nas escolas deixa de ser obrigatório. Neste sentido, resalto que a língua espanhola, ainda que se pareça com a língua portuguesa, é muito diferente desta. Essa familiaridade entre as línguas não diminui sua importância e, principalmente, não a torna dispensável.
Todos os seres humanos possuem uma forma diferente de se comunicar, ou seja, um sistema de ‘símbolos’ sonoros utilizados por um determinado grupo, país ou região. Assim, como professora do ensino de língua espanhola, preocupa-me a pouca importância dada ao ensino de idiomas. Pois, quando somos limitados, e pouco nos é oferecido, não desenvolvemos nossas habilidades e capacidade de questionar, buscar e aprender.
Portanto, resalto que, ao retirar a obrigatoriedade do ensino de língua espanhola nas escolas, o aluno ficará limitado quando desejar estudar outro idioma. Ele terá que pagar um cursinho, deixando claro o retrocesso e, mais uma vez, o ensino de idiomas passará a ser um artigo de luxo, onde poucos terão a oportunidade de conhecê-lo e aprendê-lo.
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