Continua o impasse na Faculdade São Vicente de Pão de Açúcar (Fasvipa), Sertão de Alagoas, e, por isso, os professores mantêm a greve iniciada oficialmente na última quarta-feira (6). A categoria está com os salários atrasados desde janeiro e cobra da direção da faculdade o pagamento de pelo menos dois meses para voltar ao trabalho.
A direção da instituição ofereceu, na semana passada, um cronograma de pagamento, segundo o qual o mês de janeiro seria pago até o dia 15 de abril, enquanto o mês de março seria pago até o próximo dia 30. A negociação ocorreu em Maceió, na última quinta-feira (7), e contou com a participação do diretor geral da Fasvipa, Monsenhor Petrúcio Bezerra de Oliveira, e de representantes do Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro/AL).
“A proposta foi apresentada à categoria, que não aceitou. Os professores querem o pagamento de pelo menos dois meses de uma vez para voltar ao trabalho. Não existe mais credibilidade nas propostas da direção da Fasvipa”, comentou o diretor financeiro do Sinpro/AL, Marcelo Porto, que participa das negociações.
Segundo ele, a folha mensal para pagamento dos professores e demais funcionários da faculdade, que é mantida pela Sociedade Educacional e Assistencial da Paróquia de Pão de Açúcar, é de R$ 200 mil. Além do pagamento dos salários, os professores exigem a troca de toda a direção financeira da faculdade e melhores condições estruturais de trabalho.
Ainda conforme Marcelo Porto, o bispo da Diocese de Palmeira dos Índios, Dom Dulcênio Fontes, e o arcebispo Dom Antônio Muniz já foram informados pelo Sinpro/AL sobre a situação da Fasvipa entre janeiro e fevereiro deste ano, porém, não se manifestaram sobre o assunto. “Devido ao agravamento dessa situação, inclusive com o prejuízo para os alunos, podemos levar o caso ao Ministério Público Estadual (MPE)”, disse o diretor do Sinpro/AL.
Segundo uma aluna da instituição que preferiu não se identificar, a paralisação das aulas há mais de três semanas já traz prejuízos no andamento do calendário acadêmico, principalmente para os estudantes do curso de Enfermagem, que precisam fazer estágio num hospital de Santana do Ipanema. “Os estágios devem ser concluídos até junho. Eles foram retomados agora, porém, se a faculdade não fizer o repasse para o hospital até sexta-feira dessa semana, esses estágios vão ser paralisados novamente. Isso não é justo, a gente paga quase R$ 800 de mensalidade, muitos estudantes são de outras cidades da região, são de famílias carentes”, argumentou a aluna.
Sobre as condições da Fasvipa, ela frisou que os professores precisam levar seus próprios pinceis e apagadores para usar no quadro, o bebedouro está com defeito, existem portas sem trancas e salas sem ar-condicionado. “Se o diretor geral ficar, não vai mudar nada. Ele (o monsenhor Petrúcio) tem que sair também”, defendeu a aluna.
Para demonstrar insatisfação com a greve, cobrar melhores condições na estrutura física do prédio e pedir a volta das aulas, os alunos fizeram um protesto pelas ruas da cidade na última sexta-feira (8). Professores e representantes do Sinpro/AL também participaram da ação.
A reportagem do Correio Notícia tentou contato, por telefone, com a Fasvipa, mas as ligações para o número fixo informado no site da instituição não foram atendidas.
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