Sem falar se irá solicitar, oficialmente, da Mesa Diretora a constituição da comissão específica, a proposta de Inácio teve apoio de outros deputados.

No discurso, o deputado demonstrou indignação pelo que ele chamou de má-condução das políticas públicas direcionadas ao Sertão no que se referem a distribuição de água.

“Água sempre foi a prioridade número um do sertanejo. Reconheço que é importantíssimo abrir e recuperar estradas, mas a região do semiárido sempre quis água em primeiro lugar. O Canal do Sertão não consegue atender ao povo e falta esforço para que a água chegue à casa dos sertanejos”, disse Loiola.

Ele aproveitou para criticar a situação das adutoras na região, em sua maioria construídas ainda quando Geraldo Bulhões era governador. Outro destaque no discurso de Inácio foi que Alagoas só tem dois projetos de irrigação, ambos localizados em Igreja Nova, enquanto que no vizinho estado de Sergipe tem cerca de 20 mil hectares destes projetos, todos em execução.

Os deputados Jó Pereira (MDB) e Davi Maia (DEM) aproveitaram a fala do colega para cobrarem a manutenção e produtividade do Canal do Sertão.

“Onde estão os projetos complementares das obras do canal já concluídas? É necessário que este projeto tenha garantia hídrica e beneficie a população como um todo. Precisamos avançar e investir em obras complementares. Água é requisito básico e questão de subsistência”, discursou Jó Pereira, que lembrou a conclusão do relatório elaborado com base em informações do Tribunal de Contas da União (TCU), que sugere o bloqueio do valor orçamentário das obras do Canal do Sertão em 2021.

Já o deputado Paulo Dantas (MDB), que é o segundo secretário da Mesa Diretora da Assembleia, destacou a necessidade de um diálogo imediato da Assembleia com o governador Renan Filho (MDB) para estabelecer metas de abastecimento do Sertão por meio dos caminhões-pipa.

Sobre as críticas dos colegas ao presidente da Casal, Clécio Falcão, o deputado preferiu defendê-lo.

"Clécio Falcão tem capacidade técnica, mas não manda. Quem tem poder de tocar obras hídricas de grande porte é o Governo do Estado, em parceria com o Governo Federal. Temos que pedir ao governador que aporte recursos para concluir estas obras com convênio com a União, de modo que não atrapalhe a distribuição de água no Sertão”, finalizou Paulo Dantas.