Não é novidade que em tempos de estiagem, aqui no Sertão, comunidades inteiras são afetadas pela falta de água.
Bem, na verdade, até mesmo no inverno existem localidades onde água em abundância só quando chove. E vindo do céu, porque nas torneiras só esperança... E a conta.
Mas, é essa seca que tem, ao longo de décadas, deixado muita gente rica e garantido as eleições de politiqueiros. Na verdade, uma via de mão dupla.
As famílias precisam de água para se alimentarem, para garantirem a sobrevivência dos poucos animais e da plantação que sobrevive sob um sol escaldante. Na sombra, no outro extremo, politiqueiros rogam por mais sol para poderem comprar os votos e até comprarem a esperança de um povo sofrido.
E a “indústria do carro-pipa”, que sob a supervisão do Exército, que paga os pipeiros com dinheiro do contribuinte, a água sangrada do Canal do Sertão ou de adutoras abastecem cisternas ou caixas d’água nos sítios. Mas, quem são os verdadeiros donos dos carros-pipas? Quem são as eminências pardas que a cada ano ficam mais ricas com a dor do sertanejo?
Prefeitos e vereadores são suspeitos de montarem um esquema criminoso para adquirirem, em nome de laranjas, caminhões pipas para cadastrá-los no programa do Exército, sob o disfarce de entregar água a quem precisa. Porém, o que essa “indústria” esconde é que esses políticos – os verdadeiros donos dos caminhões – há muito tempo trocam a sagrada água por votos.
Vou explicar melhor: Se a família que necessita da água for numerosa, dá um dinheirinho ao motorista – disfarçado de dono do veículo – e votar no prefeito e no vereador da localidade, o caminhão pipa vai mais vezes abastecer aquela casa.
São denúncias por cima de denúncias. Mas, a necessidade do sofrido povo é tamanha que ninguém arrisca denunciar a manobra criminosa que garante eleições no Sertão.
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